sexta-feira, dezembro 28, 2007
Tempo de Cinzas
quarta-feira, dezembro 26, 2007
II Maratona de Contos na Livraria Salta Folhinhas
-Depois do Natal temos Contos de Reis com muitos e excelentes contadores na Livraria do Costume...
domingo, outubro 21, 2007
Oficina de Contadores de Historias 2007
OFICINA DE CONTOS
Duração: 40 horas
Preço: 240,00 Euros
Horário: Terças-feiras das 21h00 às 00h00
Local: Ateneu de Coimbra
Inscrições Limitadas
Desconto de 20% para Estudantes, Sócios do SPRC
Membros de Associações Culturais
Inscrições e Informações: 91 604 32 48/ 96 860 89 29 (Cláudia do Vale)
Camaleao-mail@netcabo.pt / http://grupocamaleao.blogspot.com/
terça-feira, outubro 02, 2007
London Calling
A partir de agora este blog vai ser actualizado a partir de Londres. Teremos outras novidades, outros contos e histórias. Para começar uma actualização do dicionário Oxford.
terça-feira, setembro 04, 2007
Festival Internacional de Contos Mágicos| 1 a 9 de Setembro de 2007| Alcobaça; Benedita; Nazaré; Leiria
A não perder!
sexta-feira, agosto 17, 2007
Palavras Andarilhas 2007| 20, 21 e 22 de Setembro| Biblioteca Municipal de Beja
quarta-feira, agosto 01, 2007
Agenda de Verão
segunda-feira, julho 02, 2007
Quinta de Contos| António Fontinha| 5 de Julho| 22h| Ateneu de Coimbra
Nesta Quinta-feira, António Fontinha trará consigo contos guardados nos castelos mais antigos...
Aqui está o castelo de Chuchurumel.
Aqui está a porta
do castelo de Chuchurumel.
Aqui está a chave
que abre a porta
do castelo de Chuchurumel.
Aqui está o cordel
que prende a chave
que abre a porta
do castelo de Chuchurumel (...).
sexta-feira, junho 15, 2007
Documentário "Histórias"
O que é um contador? Porque conta?
quinta-feira, junho 07, 2007
Hoje acordei assim:
Ma chambre a la forme d'une cage
Le soleil passe son bras par la fenêtre
Les chasseurs à ma porte comme les petits soldats
Qui veulent me prendre
Je ne veux pas travailler
Je ne veux pas déjeuner
Je veux seulement t'oublier
Et puis je fume...
Déjà j'ai connu le parfum de l'amour
Un million de roses n'embaumerait pas autant
Maintenant une seule fleur dans mes entourages
Me rend malade
Je ne veux pas travailler
Je ne veux pas déjeuner
Je veux seulement t'oublier
Et puis je fume...
Je ne suis pas fière de sa vie qui veut me tuer
C'est magnifique être sympathique
Mais je ne le connais jamais
Je ne veux pas travailler
Non, je ne veux pas déjeuner
Je veux seulement t'oublier
Et puis je fume...
Je ne suis pas fière de sa vie qui veut me tuer
C'est magnifique être sympathique
Mais je ne le connais jamais
Je ne veux pas travailler
Non, je ne veux pas déjeuner
Je veux seulement t'oublier
Et puis je fume...
Sympathique- Pink Martini
Quinta de Contos| Luzia do Rosário| Ateneu de Coimbra| 22h| 7 de Junho
com LUZIA DO ROSÁRIO
Com ela, a lareira acende-se e o tempo passa ao largo.
Um abraço
Helena Faria
domingo, junho 03, 2007
Where the wild things are
O livro Where the wild things are de Maurice Sendak foi editado pela primeira vez em 1963, e desde então a sua história tem sido adaptada para óperas, e animações como a que vemos em cima (1988, direcção de Gene Deitch). Bom filme!
Penso que não existe edição portuguesa, uma pena...
quarta-feira, maio 30, 2007
domingo, maio 20, 2007
Agenda de Junho
quinta-feira, maio 17, 2007
Imaginarius 2007| Santa Maria da Feira
"Pelo sétimo ano consecutivo, o Imaginarius apresenta-se pontual no encontro com o seu público para alterar a normalidade do quotidiano, reinventando os espaços urbanos e proporcionando a todos uma oportunidade de encontro com o teatro e com a arte.
O festival, cada vez mais empenhado na vertente da criação, propõe este ano quatro produções próprias (“Donzela”, “Teatro e Matrimónio”, “Market Platz 2” e “O Canto das Sirenes encontra o Fado”) e acolhe uma outra da Associação Sete Sóis Sete Luas.
“Donzela”, de Joana Vasconcelos, exprime com grande força a escolha do festival em estabelecer uma importante relação com o território e com a comunidade de Santa Maria da Feira. Uma escolha premiada também pelo facto de que “Donzela”, imediatamente após a apresentação no Imaginarius, será exposta numa das bienais de arte mais importantes do mundo, a de Veneza.
“Teatro e Matrimónio” é um projecto do Imaginarius que obteve o reconhecimento e apoio da Comunidade Europeia, através do programa Cultura 2000. Trata-se de uma viagem em torno da instituição do casamento, vista sobretudo sob o perfil da sua ritualidade dramatúrgica.
“Market Platz 2” afronta, sem inibições, como é típico da Companhia Cacahuète, um tema central da sociedade de hoje: o consumismo como única razão da nossa existência, agora predominante sobre qualquer outro valor. Um espectáculo difícil, mas certamente necessário.
“O Canto das Sirenes encontra o Fado” funciona como uma espécie de alarme, solicita a nossa maior atenção, para que não nos percamos de vista uns aos outros, numa sociedade que parece ter esquecido os próprios pontos de referência.
O Imaginarius será anfitrião da inauguração de um projecto da Associação Sete Sóis Sete Luas denominado “Parque das Árvores Queimadas”, realizado pelo artista brasileiro Zenildo Barreto. É uma instalação permanente num espaço público, que pretende contribuir para a sensibilização do problema dos incêndios estivais que tanto aflige Portugal, sobretudo nos últimos anos.São várias também, como sempre, as acções de formação do festival. De entre todas recordamos o ateliê de Pippo Delbono e o dos irmãos Colombaioni, os palhaços escolhidos por Federico Fellini para os seus filmes, dedicados ao mundo do circo.De entre as companhias estrangeiras de passagem pelo festival, todas em estreia nacional, queremos relembrar Doedel, uma extraordinária companhia que retrata a realidade artística holandesa, e Teatro de la Saca, uma jovem e muito promissora companhia espanhola.
De entre as nacionais, devemos certamente referir o espectáculo “Arestas” (co-produção FIAR/O Bando), pela primeira vez no Imaginarius."
Feira Sem Regras| Sábado- 2 de Junho| Convento Velho de Santa Clara| Coimbra
sábado, maio 12, 2007
Lenga-Lenga
Muito bem descansadinho
Quando me veio a notícia, ai Jesus
Que o meu pai tinha morrido
Minha mãe por nascer.
Peguei nos bois às costas, ai Jesus
E o arado a correr
Deitei-me por ali abaixo, ai Jesus
Encontrei um pessegueiro
Carregado de melões
(a)subi-me acima dele, ai Jesus
A comer minhas maçãs
Quando lá vem o dono dele, ai Jesus
Que fazes aí ladrão?
Hei-de dar-te tantas pauladas, ai Jesus
Quantas pulgas tem um cão.
Quando sai Maria Delgado, ai Jesus
Na cafua dos *leitães
Uma porca com bezerros, ai Jesus
E uma galinha com cães.
Esta lenga-lenga é tradicional da Ilha Terceira, nos Açores. Ouvimos a versão (adaptada por Ricardo J. Dias) da Brigada Victor Jara pela voz de Carlos Medeiros.
terça-feira, maio 01, 2007
Um carreirinho de letrinhas à procura da palavra| Pombal| 4 e 5 de Maio
9:00 Recepção dos participantes
9:30 Leituras Partilhadas
Presidente da Câmara Municipal de Pombal
Vereador da Educação da Câmara Municipal de Pombal
10.00 Despertar con la Lectura com Pepe Duran
11:00 Bebés leitores: paradoxo ou realidade? por Sylviane Rigolet
12:00 Ler em família: actividades de leitura para pais e crianças
dos 9 meses aos 3 anos por Susana Silvestre
13:00 Vamos às Migas
15:00 A Promoção da leitura literária na infância: um mundo
de verdura a não perder por Violante F. Magalhães
16:00 Mala de Leitura: uma prática da promoção do livro e da leitura
para crianças e jovens em países de língua portuguesa
por Maurício Correa Leite
17:00 Da escrita à leitura: um olhar desde a animação sociocultural
sobre percursos de criatividade por Ana Silva
18:00 Vitória, Vitória, voltamos mais logo para outra história
21:30 Ao serão com livros, leituras e contos
Encontro com livros... Maurício Correa Leite
Encontro com contos... Pepe Duran e Tânia Silva
10:00 Como incentivar nas crianças o gosto pela leitura
por José Manuel Cruchinho
11:00 Cuentos para el despertar com Pepe Duran
12:00 Despertar através da imagem novos sentidos para a leitura
à conversa com Paulo Galindro e Alberto Péssimo
13:00 Vamos às migas
15:00 Ler para crescer... por dentro por José Vaz
16:00 Notas e palavras saltitantes concerto de contos e música
com Biblioteca Municipal de Pombal e Banda Juvenil da Ilha
17:00 Encerramento
Actividades Paralelas
4 e 5 de Maio
A banquinha ambulante venda de livros. (K de livro, O Bichinho de Conto e Kalandraka)
Conto por tudo e por nada exposição de ilustração com originais de Mafalda Milhões
Salpicos Coloridos exposição de ilustração com originais de Paulo Galindro
4 de Maio
10:30 Janela aberta para a leitura, actividade prática de promoção do livro
e da leitura para crianças do 1.º ciclo do Ensino Básico, com Mala de Leitura
e Brinquedos Tradicionais Brasileiros, com Maurício Correa Leite.
15:00 Era uma vez... sessões de contos para público do 2.º Ciclo do Ensino Básico,
com Tânia João Silva
5 de Maio
15:00 O sabor de uma história hora do conto para pais e filhos
com Mafalda Milhões.
quarta-feira, abril 25, 2007
25 de Abril
Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer.
José Afonso, Cantar Alentejano
segunda-feira, abril 23, 2007
23 de Abril- Dia Mundial do Livro
segunda-feira, abril 16, 2007
Velhas Palavras, Novas Leituras
Agora podemos ouvir um desses contos aqui no leitor do blog. A informante é a Dona Avelina Soares de Almeida, de 81 anos, residente em Arouca.
terça-feira, abril 10, 2007
Os três pratos
domingo, abril 01, 2007
Corre, corre, cabacinha
A versão escrita, recolhida em Coimbra, é da responsabilidade de Adolfo Coelho, incluída na antologia Contos populares portugueses, pp 95-96, Publicações Dom Quixote, 7ª edição, Lisboa, 2002.
A versão video, recolhida no Baixo Alentejo, (onde deixo aqui o link) é da responsabilidade de José Barbieri, Cristina Taquelim e Marta do Ó.
A contadora, tão expressiva, é a Dona Olívia Brissos.
Uma velha tinha muitos netos, um dos quais estava ainda por baptizar. Um dia a boa velhinha saiu a procurar um padrinho para o seu netinho e no caminho encontrou um lobo, que lhe perguntou:
" -Onde vais tu, velha?"- ao que ela respondeu:
"-Vou arranjar um padrinho para o meu neto."
"-Ó velha, olha que eu como-te!"
"- Não me comas que quando se baptizar o meu menino, dou-te arroz-doce."
Foi mais adiante e encontrou outro loboque lhe fez a mesma pergunta e ela deu-lhe a mesma resposta. Depois encontrou um homem que lhe perguntou o que ela ia fazer e, como ela lhe respondesse que ia procurar um padrinho para o seu neto, ele ofereceu-se logo para isso. Depois a velha contou-lhe o encontro que tinha tido com os lobos e o homem deu-lhe uma grande cabaça e disse-lhe que se metesse dentro dela que assim iria ter a casa sem que os lobos a vissem. A velha meteu-se na cabaça e esta começou a correr, a correr, até que encontrou um lobo que lhe perguntou:
"- Ó cabaça, viste por aí uma velha?"
"- Não vi velha, nem velhinha;
Não vi velha, nem velhão;
Corre, corre, cabacinha
Corre, corre, cabação."
Mais adiante encontrou outro lobo que perguntou também:
"- Ó cabaça, viste por aí uma velha?"
"- Não vi velha, nem velhinha;
Não vi velha, nem velhão;
Corre, corre, cabacinha
Corre, corre, cabação."
A velha, julgando que já estava longe dos lobos, deitou a cabeça fora da cabaça, mas os lobos, que a seguiam, saltaram-lhe em cima e comeram-na.
sexta-feira, março 30, 2007
Festival Sons e Ruralidades| 27 de Abril a 1 de Maio
Na primavera renova-se a Natureza. Toca a pôr a mochila às costas e rumar para Vimioso, Trás-os-Montes!
quinta-feira, março 29, 2007
O sal e a água
Uma contadora de histórias à moda antiga conta uma versão do conto tradicional português O sal e a água .
(Informante: Tia Toneca, recolha video de Tiago Pereira, se não me engano)
(recolha escrita de Teófilo Braga in Contos Tradicionais do Povo Português, Volume 1, pp. 228-229, Publicações Dom Quixote, 6ª edição, Lisboa, 2002)
Sombras na parede
Garanto que é divertido, barato e bom remédio contra as insónias... chhhhh!!
Quinta de Contos| Jorge Serafim| Ateneu de Coimbra| 19 de Abril| 22h
domingo, março 11, 2007
sábado, março 03, 2007
Concurso de Escrita de Curtas
Realizado pela argumentista Maria João Cruz, o objectivo do Workshop serão:
- A apresentação e discussão das novas possibilidades criativas e destes novos formatos surgidos com o desenvolvimento das novas tecnologias e new media.
Para ganhares este Workshop é só enviar uma sinopse e os dados por mail para news@restart.pt mencionando no assunto: Passatempo Workshop Escrita de Curtas.
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
A mamã não sabe o meu nome!
terça-feira, fevereiro 27, 2007
Semana da Leitura 2007
As escolas e as bibliotecas, organizando actividades, e também às famílias de crianças e jovens em idade escolar e a todos os que gostam de ler, são convidados a participar na Semana da Leitura 2007 e a contribuir para que tenha a mais ampla divulgação.
Esta iniciativa destina-se a celebrar e incentivar o prazer de ler, com múltiplas actividades festivas que promovam a leitura e o encontro entre os livros e os seus leitores, em contexto de sala de aula, nas bibliotecas escolares, nas bibliotecas públicas e em outros espaços que se disponham a colaborar.
domingo, fevereiro 25, 2007
Quinta de Contos| 1 de Março| Patrícia Orr| Ateneu de Coimbra| 22h (junto à Sé Velha)
La vida me ha trazado diversos caminos, entre ellos: el Psicoanálisis y la Narración Oral. Como psicoanalista, trato de aliviar el dolor anímico y hacer surgir al sujeto de cada historia de vida entregada por las voces de los Otros desde antes de nacer.
Como narradora oral, trato de contar las historias de vida, la propia y la de los otros, entramadas en los cuentos que la humanidad ha engendrado para aliviar el dolor de existir. ¿Qué es nuestra vida sino lo que podemos contar de ella?"
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Hoje acordei assim:
"I've seen it all", Dancer in the dark, Bjork & Thom Yorke
Por vezes queria viver num musical. A fronteira da pele aberta por um dia e dar liberdade à troca de matérias, o meu espaço interior, com o espaço exterior. Dançar, cantar.
E, assim,também podia fazer as tarefas mais chatas, tais como: ir às Finanças com piruetas e pliers para o funcionário com halitose em último grau, falar com pais super-protectores num timbre bjorkiano, descarregar o carro no final das sessões superando o ritmo do amassador de malas do aeroporto mais movimentado.
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
Workshop de Iniciação à Máscara
4.Todos os participantes deverão apresentar-se nas instalações 15 mn aintes do início do Workshop.
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
Capítulo Terceiro (derradeiro e triunfal) de A Puta de Mensa de Woody Allen
Caros leitores,
Peço desculpa pelas taquicardias, tremores e espasmos provocados ao não ter cumprido a promessa da publicação do último capítulo.
Talvez as "brasileiras" de collants tenham perdido a sua doçura saltitante no sambódromo, e a cerveja vos soubesse a canja de galinha, certo? Eu sei que a ansiedade é muita, mas vale a pena a espera:
Entrei na livraria do Hunter College. O vendedor, um jovem de olhos sensíveis, veio ter comigo.
- Posso ajudar?
- Ando à procura de uma edição especial de Advertisements for Myself. Parece que o autor mandou imprimir uns milhares com rebordos dourados para os amigos.
- Vou ver – disse ele. – Temos uma linha verde para casa do Mailer.
Olhei-o fixamente.
- Foi a Sherry que me mandou- disse eu.
- Ah, nesse caso, passe lá para trás – disse. Carregou num botão. Abriu-se uma parede forrada de livros e eu entrei como um cordeirinho nesse trepidante palácio do prazer conhecido por Flossie’s.
Papel de parede vermelho com uns relevos e um décor vitoriano davam o tom. Raparigas pálidas e nervosas, de óculos de aros pretos e cabelo cortado a direito esparramavam-se indolentes em sofás, folheando livros de bolso da Penguin Classics, provocantes. Uma loura com um grande sorriso piscou-me o olho, indicou, num aceno de cabeça, um quarto no andar de cima e disse: “Wallace Stevens, hã?” Mas não eram só experiências intelectuais – também ofereciam experiências emocionais. Disseram-me que por cinquenta dólares se podia “ter uma relação de intimidade”. Por cem, a rapariga podia emprestar-nos os seus discos de Bartok, jantar e depois deixava-nos a vê-la ter uma crise de angústia. Por cento e cinquenta, podia-se ouvir FM com gémeas. Por três notas, tinha-se o tratamento completo. Uma judia morena e magrinha fingia ir buscar-nos ao Museu de Arte Moderna, deixava-nos ler a tese de mestrado, metia-se connosco numa discussão de gritos no restaurante Elaine’s sobre a concepção freudiana das mulheres, e depois fingia um suicídio à nossa escolha – o serão perfeito, para alguns. Bela negociata. Grande cidade, Nova Iorque.
-Gostas do que vês? – disse uma voz atrás de mim. Virei-me e de repente dei de caras com o cano de um .38. Tenho o estômago forte, mas desta vez deu uma volta e tanto. Era mesmo a Flossie. A voz era igual, mas Flossie era um homem. Tinha a cara escondida por uma máscara.
- Não vais acreditar – disse ele -, mas nem grau académico tenho. Fui expulso por ter más notas.
- É por isso que usas máscara?
- Engendrei um plano complicado para assumir o controlo da New York Review of Books, mas para isso tinha de me fazer passar pelo Lionel Trilling. Fui ao México fazer uma operação. Há um médico em Juarez que dá às pessoas as feições do Trilling – e isso tem um preço. E correu mal. Saí de lá parecido com o Auden com a voz de Mary Mc Carthy. Foi quando comecei a trabalhar à margem da lei.
Muito depressa, antes que ele pudesse premir o gatilho, entrei em acção. Lançando-me para a frente, dei-lhe com o cotovelo na queixada e agarrei na arma, enquanto ele caía para trás. Tombou por terra como um saco de batatas. Ainda estava a choramingar quando a polícia chegou.
- Bom trabalho, Kaiser – disse o sargento Holmes. - Quando despacharmos este tipo, o FBI quer ter uma conversa com ele. Uma coisita que mete uns jogadores profissionais e um exemplar anotado do Inferno de Dante. Levem-no, rapazes.
Mais tarde, nessa noite, procurei uma antiga cliente minha chamada Gloria. Era loira. Tinha-se formado cum laude. A diferença é que se tinha licenciado em educação física. Soube-me bem.
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
E cá está outro concurso: Prémio Litterarius
O Prémio Litterarius é uma iniciativa anual do RACAL Clube que visa incentivar a produção artística de originais e valorizar a Língua Portuguesa. As inscrições para o concurso iniciam-se no próximo dia 15 de Fevereiro e terminam a 15 de Março.
Podem concorrer cidadãos dos países de língua oficial portuguesa, com o máximo de três obras inéditas por concorrente. O tema é livre e os trabalhos podem ser na modalidade de poesia (entre 5 a 10 páginas, com um ou vários poemas), banda desenhada (máximo 4 pranchas) ou conto (máximo 6 páginas).
As obras apresentadas sob pseudónimo devem ser individuais e redigidas em páginas A4, processadas em Word, fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 12, a espaço 1,5.
A entrega dos trabalhos pode ser feita pessoalmente ou por correio.
Em qualquer dos casos, deverá constar no envelope:
Prémio Litterarius, RACAL Clube,
Rua Cândido dos Reis, nº 38, 8300 Silves.
O primeiro prémio é de 500 euros e o trabalho será publicado on-line ou em suporte de papel, reservando-se o júri o direito de atribuir menções honrosas.
A cerimónia solene de entrega de prémios decorrerá no dia 26 de Maio.
Para mais informações, devem os interessados utilizar o telefone 282442587, o fax 282445818, o e-mail premio_litterarius@sapo.pt ou ainda consultar o blogue na Internet http://premiolitterarius-racalclube.blogspot.com/
Capítulo Segundo (e assombroso) de A puta de Mensa de Woody Allen
Fiz a barba e bebi café forte enquanto consultava a série de resumos do Monarch College. Menos de uma hora depois, batiam à porta. Abri, e à minha frente estava uma jovem ruiva, embalada numas calças à boca de sino, como dois grandes cones de gelado de baunilha.
- Olá, sou a Sherry.
Sabiam mesmo excitar-nos a fantasia. Cabelo comprido liso, carteira de cabedal, brincos de prata, sem maquilhagem.
- Até me espanta que a deixassem entrar vestida dessa maneira – disse eu. - O detective do hotel normalmente nota uma intelectual à légua.
- Uma nota de mil acalma-o logo.
- Começamos? – disse eu, encaminhando-a para o divã. Ela acendeu um cigarro e pôs-se ao assunto.
- Acho que podíamos começar com uma abordagem do Billy Budd como a justificação que Melville dá para os insondáveis desígnios de deus para com o Homem, n’est-ce pas?
- Mas o interessante, no entanto, é que não é no sentido miltoniano. – Eu estava a fazer bluff. A ver se ela caía.
- Não. Paradise Lost não tem a subestrutura do pessimismo. – Caiu.
- Certo, certo. Caramba, tem toda a razão – murmurei.
- Penso que Melville reafirmou as virtudes da inocência num sentido ingénuo e, no entanto, sofisticado – não concorda?
Deixei-a continuar. Nem devia ter dezanove anos, mas já ganhara o calo da facilidade do pseudo-intelectual. Matraqueou as ideias dela, toda ligeirinha, mas era tudo mecânico. Sempre que eu lhe dava uma ideia, ela fingia uma reacção.
- Sim, Kaiser, sim, filho. Essa é profunda. Uma compreensão platónica do cristianismo… como é que não vi isso antes?
Falámos aí uma hora e depois ela disse que tinha de ir. Levantou-se e eu dei-lhe nota vinte.
- Obrigada, querido.
- Podes ter muito mais.
- Que queres dizer?
Tinha-lhe picado a curiosidade. Sentou-se outra vez.
Faz de conta que eu queria… fazer uma festa? – disse.
- Tipo, que tipo de festa?
- Imagina que queria duas raparigas a explicar-me Noam Chomsky.
- Oh, uau!
- Mas se não quiseres…
- Terias de falar com a Flossie – disse ela. – e fica-te caro.
Era altura de apertar a tarracha. Mostrei-lhe o crachá de detective privado e informei-a de que ia dentro.
- Quê?
- Sou da bófia, filha, e discutir Melville por dinheiro é um 802. Vais cumprir pena.
- Miserável!
- É melhor confessares, rica. A menos que queiras contar a tua história no gabinete de Alfred Kazin e acho que ele não ia gostar lá muito de a ouvir.
Pôs-se a chorar.
- Não me entregues, Kaiser – disse.- Precisava do dinheiro para acabar o mestrado. Não mederam a bolsa que pedi. Por duas vezes. Ó, meu Deus!
E lá veio o chorrilho todo – a história completa. Criada em Central Park West, campos de férias socialistas, Brandeis. Ela era todas as miúdas que já se viram na bicha do Elgin ou da Thalia, ou escrevendo a lápis as palavras “sim, mujito verdadeiro” na margem de um livro qualquer sobre Kant. Só que algures a coisa dera para o torto.
- Precisava do dinheiro. Uma amiga minha disse que conhecia um tipo casado cuja mulher não era lá muito profunda, Ele estava numa de Blake. Ela não dava. E eu disse, claro, se ele pagar, eu falo de Blake com ele. No princípio estava nervosa. Fingi uma data de coisas. Ele não se importou. A minha amiga disse que havia outros. Oh, já fui presa antes. Fui apanhada a ler a Commentary num carro estacionado, e doutra vez fui detida e revistada em Tanglewood. Mais uma, e sou três vezes desgraçada.
- Então leva-me à Flossie.
Ela mordeu o lábio:
- A livraria de Hunter College é uma fachada.
- É?
- Como aqueles corredores de apostas que têm fachada de barbearia. Vais ver.
Fiz uma chamada rápida para a sede e depois disse-lhe:
- Tudo bem, filha. Estás safa. Mas deixa-te ficar por estas bandas.
Ela ergueu o rosto para mim, com gratidão.
- Posso arranjar-te fotografias do Dwight MacDonald a ler – disse.
- Fica para a próxima.
Cenas do próximo e último capítulo:
- Kaiser é assediado por Wallace Stevens!
-Afinal, Flossie usa um 38!
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
1º Concurso de Conto e Poesia- CGTP-IN
O Departamento de Cultura e Tempos Livres da CGTP-IN promove a realização de um Concurso de Conto e Poesia com o objectivo de traduzir, também deste modo, a sua preocupação de aproximar os trabalhadores das esferas da criação cultural, protagonizada no texto de introdução do evento: “(…) Num tempo de excessiva presença das linguagens técnicas e tecnológicas nos usos quotidianos da escrita e da leitura, o concurso “Conto e Poesia” pretende, de algum modo, valorizar a língua portuguesa e estimular o seu uso com a utilização do código literário.
Introdução
Constitui objectivo programático da CGTP-IN criar linhas de trabalho que aproximem os trabalhadores das diferentes esferas da criação cultural.
A organização do Concurso “Conto e Poesia” consubstancia uma forma de corporizar o direito constitucional do acesso à cultura, à sua fruição e criação, e visa promover, estimular e divulgar a criação literária junto dos trabalhadores.
Num tempo de excessiva presença das linguagens técnicas e tecnológicas nos usos quotidianos da escrita e da leitura, o concurso “Conto e Poesia” pretende, de algum modo, valorizar a língua portuguesa e estimular o seu uso com a utilização do código literário.
Este estímulo junto dos trabalhadores facilitará, igualmente, e assim o esperamos, o surgimento de novos valores, dando-lhes oportunidade de edição que, de outro modo, lhes estaria vedada, tendo em conta as regras existentes no mundo livreiro.
Neste contexto, e com estes objectivos, o Departamento de Cultura e Tempos Livres da CGTP-IN promove a realização do 1.º Concurso “Conto e Poesia” que se pautará pelo regulamento seguinte:
1. Tema
A organização do concurso apela à produção de textos que privilegiem os direitos humanos, a cultura, o trabalho, a sociedade, o homem e a mulher trabalhadora.
2. Participantes e identificação
2.1. O concurso destina-se a amantes da escrita criativa e da criação literária, trabalhadores sindicalizados no Movimento Sindical Unitário, trabalhadores em geral, estudantes e aposentados.
2.2. Cada concorrente poderá apresentar um currículo com um máximo de 500 caracteres.
3. Condições de Participação
3.1. Os trabalhos a concurso têm de ser inéditos;
3.2. Os participantes poderão concorrer indistintamente às áreas de conto e de poesia; cada trabalho deverá ser entregue em suporte informático e em papel (6 cópias), nos seguintes termos:
O texto deverá ter até 20 páginas A4, batidas a 1,5 espaços, com tipo de letra Times New Roman, tamanho 12;
Os textos deverão ser entregues em invólucro contendo no interior 2 envelopes. Num deverá constar o texto original em papel com 6 cópias e, no outro, uma disquete contendo o texto em formato Microsoft Word for Windows (.DOC) e a ficha de inscrição;
No invólucro exterior deverá constar a indicação do pseudónimo.
3.3. Nas folhas do trabalho não pode constar qualquer indicação sobre o concorrente, sob pena de este vir a ser excluído;
3.4. Os membros do júri e elementos da organização (Departamento de Cultura e Tempos Livres da CGTP-IN) estão impedidos de concorrer.
3.5. Os trabalhos deverão ser entregues por mão ou enviados por correio para o seguinte endereço:
CGTP-IN / Departamento de Cultura e tempos Livres
1.º Concurso “Conto e Poesia” –
Rua Vítor Cordon, n.º 1 – 2.º
1249-102 LISBOA
3.6. Quaisquer informações poderão ser prestadas pelo tel: 21 323 65 00 (Carla Alves), pelo e-mail carla.alves@cgtp.pt ou através da consulta do site www.cgtp.pt.
4. Calendário
4.1. O prazo de entrega dos trabalhos termina a 27 de Abril de 2007;
4.2. Os resultados do concurso serão divulgados até o dia 15 de Junho de 2007, por carta dirigida a todos os participantes, através da imprensa e dos canais habituais do movimento sindical.
5. Júri
5.1. O júri será constituído por:
· Urbano Tavares Rodrigues
· Domingos Lobo
· José Carlos Vasconcelos
· Paulo Sucena
· Fernando Gomes, representante da CGTP-IN
5.2. As decisões do júri serão tomadas por maioria.
5.3. O júri do concurso reserva-se o direito de não atribuir algum dos prémios.
5.4. Não haverá recurso das decisões do júri.
6. Prémios
6.1. Serão atribuídos os seguintes prémios:
· 1.º Prémio de conto: 750.00€ + 5 Noites para 2 pessoas em regime meia pensão no Centro de Férias do INATEL em Albufeira.
· 1.º Prémio de poesia: 750.00€ + 5 Noites para 2 pessoas em regime de alojamento e pequeno-almoço no INATEL – Estalagem do Piódão.
Nota: O Júri poderá atribuir, se assim o entender, menções honrosas em·qualquer das categorias
7. Direitos
7.1. Os trabalhos premiados no concurso passarão a ser parte patrimonial da CGTP-IN. Esta, no âmbito das suas actividades, poderá fazer uso desse património sempre com a salvaguarda da identificação do seu autor.
7.2. Para todos os efeitos, a organização considera que a partir do momento em que os trabalhos sejam entregues, os concorrentes aceitam os termos deste regulamento.
7.3. Os casos omissos serão resolvidos pela organização, não havendo lugar a recurso das suas decisões.
8. Edição
A organização editará um livro/memória do concurso. Desta edição constarão, obrigatoriamente, os trabalhos premiados. A organização promoverá o seu lançamento público em data a comunicar.
9. Organização
O presente concurso é organizado pela CGTP-IN através do Departamento de Cultura e Tempos Livres.
10. Patrocínios e Apoios
O 1.º Concurso “Conto e Poesia” da CGTP-IN tem os seguintes patrocínios:
· Fundação Montepio Geral
· INATEL
· LiberInter – Cooperativa de Mediação de Seguros, CRL
· Sagres – Companhia de seguros, SA
e conta com os seguintes apoios:
· Junta de Freguesia de Santa Catarina – Lisboa
"O amor é um lugar estranho"
terça-feira, fevereiro 13, 2007
Capítulo Primeiro (e inaugural) de A puta de Mensa de Woody Allen
Com este conto de Woody Allen vamos encetar uma nova era neste blog: a era do folhetim. Como a nossa capacidade leitora fica visivelmente mais reduzida neste formato do que em livro, vou publicar alguns contos com a técnica folhetinesca, isto é por capítulos.
Li este conto na fantástica revista de contos Ficções, de Luísa Costa Gomes, era uma edição especial só com contos humorísticos.
"A Puta de Mensa (The Whore of Mensa), originalmente publicado no New Yorker, foi depois incluído no primeiro livro de Woody allen, Without Feathers (1975). Existe tradução portuguesa, Sem penas, Bertrand, 1981. O título do conto brinca com a Sociedade Mensa, fundada em Inglaterra em 1946 por Roland Berril e Lance Ware. Mensa é uma sociedade para muitíssimos inteligentes, sendo único requisito para admissão um quociente de inteligência que se situe nos 2% do topo."
Isto há uma coisa quando se é detective, tem de se aprender a seguir os nossos palpites. É por isso que, quando me entrou pelo escritório um tremebundo monte de banha de nome Word Babcok e pôs as cartas na mesa, eu devia era ter confiado no arrepio que me subia pela espinha.
- Kaiser? – disse ele.- Kaiser Lupowitz?
- É o que diz a minha licença – admiti.
- Tem de me ajudar. Sou vítima de chantagem. Por favor!
Tremia como o cantor de um conjunto de rumba. Empurrei um copo pelo tampo da secretária e uma garrafa de uísque de malte que tenho sempre à mão para fins não medicinais.
- E se te acalmasses e me contasses tudo?
- Você… não diz à minha mulher?
- Sê franco comigo, Word. Não prometo nada. Tentou servir-se de uísque, mas ouvia-se o tilintar do outro lado da rua, e a maior parte do líquido foi parar aos sapatos.
- Eu trabalho - disse. – Manutenção mecânica. Construo e distribuo joy buzzers. Está a ver – aquelas brincadeiras que dão choques às pessoas quando nos apertam a mão.
- E?…
- Há montes de executivos que gostam. Especialmente ali para a Wall Street.
- Vamos ao que interessa.
- Ando muito na estrada. E sabe como é… sinto-me só. Não é o que está a pensar. Percebe, Kaiser, basicamente sou um intelectual. É claro que um gajo pode conhecer todas as bimbas que quiser. Mas uma mulher mesmo cerebral… não se encontra assim do pé para a mão.
- Continua.
- Bem, ouvi falar de uma rapariga. Dezoito anos. Estudante em Yassar. Paga-se um tanto e elea vem discutir um tema qualquer… Proust, Yeats, antropologia. Troca de ideias. Está a ver a ideia?
- Nem por isso.
- Ou seja, a minha mulher é óptima, não me interprete mal. Mas não discute Pound comigo. Ou Eliot. Não sabia isso quando me casei com ela. Preciso de uma mulher que seja estimulante, Kaiser. E estou disposto a pagar por isso. Não quero uma relação… quero uma experiência intelectual rápida, depois quero que a rapariga se vá embora. Que raio, Kaiser, sou casado e sou feliz.
- Há quanto tempo é que isto dura?
- Seis meses. Sempre que sinto desejo, ligo à Flossie. É uma Madame, com mestrado em Literatura Comparada. E ela manda-me uma intelectual, percebe?
Portanto, era um destes tipos cuja fraqueza é mulheres muito inteligentes. Tive pena do pobre coitado. Calculei que devia haver muitos brincalhões na mesma situação, famintos por uma pouca de comunicação intelectual com o sexo oposto, e haviam de pagar fortunas por ela.
- Agora ela ameaçou contar à minha mulher- disse ele.
- Quem?
- A Flossie. Puseram o quarto do motel sob escuta. Têm fitas gravadas em que eu discuto The Waste Land e Styles of Radical Will e, bem, chegando a uma discussão profunda. Querem dez mil, ou vão falar à Carla. Kaiser, tem de me ajudar! A Carla morreria se soubesse que não me excitava cá em cima.
O velho negócio das call-girls. Tinha ouvido uns boatos de que os rapazes na sede andavam atrás duma coisa que metia um grupo de mulheres cultas, mas ficou tudo em águas de bacalhau.
- Liga aí à Flossie.
- Quê?
- Vou pegar no caso, Word. Mas ganho cinquenta dólares por dia, mais despesas. Vais ter de consertar muitos joy buzzers.
- Não me vai custar dez mil, isso de certeza – disse ele. Num sorriso, levantou o auscultador e discou o número. Tirei-lho e pisquei o olho. Começava a gostar dele.
Segundos depois, respondia uma voz sedosa e eu disse-lha o que queria:
- Parece que me pode ajudar a combinar uma hora de boa conversa – disse.
- Claro, querido. Qual era a tua ideia?
- Gostava de discutir Melville.
- Moby Dick ou os romances mais curtos?
- Qual é a diferença?
- O preço. Só isso. O simbolismo é pago à parte.
- Quanto é que isso me custa?
- Cinquenta, talvez cem para o Moby Dick. Queres uma discussão comparativa… Melville e Hawthorne? Podia arranjar-te isso por cem.
- Quanto à massa, tudo bem – disse eu e dei-lhe o número de um quarto no Plaza.
- Queres loira ou morena?
- Faz-me uma surpresa – disse eu e desliguei.