quarta-feira, fevereiro 28, 2007

A mamã não sabe o meu nome!






Adoro este livro! Pela história e pelas imagens. Acredito que é possível que este dilema aconteça a uma criança qualquer como aconteceu à Ana, a protagonista ficcional da história, por "ternurice aguda" da mãe.
A história é bizarra: um dia Ana suspeita que a sua própria mãe não sabe o nome dela! Chama-lhe de tudo: desde cabecinha de abóbora até macaquinha, mas nunca a chama de Ana. Tudo isto decorre ao longo de um dia, e Ana vai ficando cada vez mais furiosa, repetindo sempre:
"- O meu nome é Ana."
Esta frase é a fórmula (de sabor tradicional) que ajuda a manter a estrutura da história e a percebermos a importância do nome. O final é um mimo para os meninos mais ansiosos.
É pena não existir editado em português!
Ficha Técnica
Título original: Mamá no sabe mi nombre
Autor: Suzanne Williams, 1990
Ilustrador: Andrew Sachat, 1990
Editora: SM, Madrid, 6ª edición, 1997
Colecção: Los Piratas- El barco de vapor

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Semana da Leitura 2007


A Comissão do Plano Nacional de Leitura, em parceria com a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), com a Associação dos Profissionais de Educação de Infância (APEI), organiza a Semana da Leitura 2007, de 5 a 9 de Março.


As escolas e as bibliotecas, organizando actividades, e também às famílias de crianças e jovens em idade escolar e a todos os que gostam de ler, são convidados a participar na Semana da Leitura 2007 e a contribuir para que tenha a mais ampla divulgação.


Esta iniciativa destina-se a celebrar e incentivar o prazer de ler, com múltiplas actividades festivas que promovam a leitura e o encontro entre os livros e os seus leitores, em contexto de sala de aula, nas bibliotecas escolares, nas bibliotecas públicas e em outros espaços que se disponham a colaborar.
Para mais informação consultar: Bibliotecas de Portugal

domingo, fevereiro 25, 2007

Quinta de Contos| 1 de Março| Patrícia Orr| Ateneu de Coimbra| 22h (junto à Sé Velha)


Esta Quinta de Contos abre espaço para o hemisfério sul com Patrícia Orr.



"Los cuentos son ventanas al mundo que pueden cambiar la vida
La vida me ha trazado diversos caminos, entre ellos: el Psicoanálisis y la Narración Oral. Como psicoanalista, trato de aliviar el dolor anímico y hacer surgir al sujeto de cada historia de vida entregada por las voces de los Otros desde antes de nacer.
Como narradora oral, trato de contar las historias de vida, la propia y la de los otros, entramadas en los cuentos que la humanidad ha engendrado para aliviar el dolor de existir. ¿Qué es nuestra vida sino lo que podemos contar de ella?"


sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Hoje acordei assim:


"I've seen it all", Dancer in the dark, Bjork & Thom Yorke


Por vezes queria viver num musical. A fronteira da pele aberta por um dia e dar liberdade à troca de matérias, o meu espaço interior, com o espaço exterior. Dançar, cantar.


E, assim,também podia fazer as tarefas mais chatas, tais como: ir às Finanças com piruetas e pliers para o funcionário com halitose em último grau, falar com pais super-protectores num timbre bjorkiano, descarregar o carro no final das sessões superando o ritmo do amassador de malas do aeroporto mais movimentado.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Workshop de Iniciação à Máscara

Foto de Ressonance, Theatre de L'ange fou


O Curso de Teatro e Educação, no âmbito do Projecto de Intervenção do 4º Ano dirigido por António Fonseca e em colaboração com O Teatrão, vem por este meio divulgar o Workshop de iniciação à técnica da Máscara, orientado por Nuno Pino Custódio, a decorrer na Escola Superior de Educação no próximo mês de Março.

As inscrições estão abertas para duas turmas. A primeira turma funcionará de 5 a 9 de Março, das 19 às 22h30. A segunda turma funcionará de 6 a 10 de Março (Terça a Sábado), das 10h30 às 13h30. O workshop decorrerá no Pólo II da ESEC (antigo ISCA).


Descrição do Workshop:


Falar em "máscara" significa, antes de tudo, falar em teatro, em teatro no seu estado puro. Pela metodologia do trabalho com máscara o aluno compreende e reaprende o seu comportamento como actor, que passa pelo despojamento de hábitos artificiais e pelo controle do corpo, do movimento e do gesto.
· Apresentação
· Regras Éticas e Regras Básicas
· O Olhar Condutor
· Acção, objectivo e conflito
· Discurso Interior em "Cérebro Aberto"
· A verbalidade na Máscara
· Estruturar uma improvisação
· Introdução ao "Jogo do Círculo"

O número limite de inscrições para cada grupo é de 20 participantes.

As inscrições terão duas fases:- de 22 a 28 de Fevereiro para alunos da ESEC ( preço de inscrição 30 euros)- de 1 a 5 de Março para outros participantes (preço de inscrição 50 euros)

As inscrições poderão ser feitas para nas instalações d'O Teatrão e só serão válidas mediante pagamento.

Seguem algumas indicações sobre o workshop que deverão ser rigorosamente cumpridas:

1. Os participantes têm de usar roupa preta confortável, meias ou ténis pretos (S/ marcas)

2. Cada participante deverá levar um par de meias collant de mousse preta.
3. Os participantes deverão ainda tirar todos os acessórios antes do Workshop começar (relógios, piercings, brincos,etc.)

4.Todos os participantes deverão apresentar-se nas instalações 15 mn aintes do início do Workshop.
5. Nenhum participante poderá entrar após o início do Workshop.

Para mais informações:

O Teatrão- Oficina Municipal do Teatro, Rua Pedro Nunes, Qta da Nora 3030-199 Coimbra Telf: 239 714 013 Telm: 914 617 383 geral@teatrao.com

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Capítulo Terceiro (derradeiro e triunfal) de A Puta de Mensa de Woody Allen


Fotografia de Joana Lorça, cortesia de Nilson




Caros leitores,

Peço desculpa pelas taquicardias, tremores e espasmos provocados ao não ter cumprido a promessa da publicação do último capítulo.
Talvez as "brasileiras" de collants tenham perdido a sua doçura saltitante no sambódromo, e a cerveja vos soubesse a canja de galinha, certo? Eu sei que a ansiedade é muita, mas vale a pena a espera:


Entrei na livraria do Hunter College. O vendedor, um jovem de olhos sensíveis, veio ter comigo.
- Posso ajudar?
- Ando à procura de uma edição especial de Advertisements for Myself. Parece que o autor mandou imprimir uns milhares com rebordos dourados para os amigos.
- Vou ver – disse ele. – Temos uma linha verde para casa do Mailer.
Olhei-o fixamente.
- Foi a Sherry que me mandou- disse eu.
- Ah, nesse caso, passe lá para trás – disse. Carregou num botão. Abriu-se uma parede forrada de livros e eu entrei como um cordeirinho nesse trepidante palácio do prazer conhecido por Flossie’s.
Papel de parede vermelho com uns relevos e um décor vitoriano davam o tom. Raparigas pálidas e nervosas, de óculos de aros pretos e cabelo cortado a direito esparramavam-se indolentes em sofás, folheando livros de bolso da Penguin Classics, provocantes. Uma loura com um grande sorriso piscou-me o olho, indicou, num aceno de cabeça, um quarto no andar de cima e disse: “Wallace Stevens, hã?” Mas não eram só experiências intelectuais – também ofereciam experiências emocionais. Disseram-me que por cinquenta dólares se podia “ter uma relação de intimidade”. Por cem, a rapariga podia emprestar-nos os seus discos de Bartok, jantar e depois deixava-nos a vê-la ter uma crise de angústia. Por cento e cinquenta, podia-se ouvir FM com gémeas. Por três notas, tinha-se o tratamento completo. Uma judia morena e magrinha fingia ir buscar-nos ao Museu de Arte Moderna, deixava-nos ler a tese de mestrado, metia-se connosco numa discussão de gritos no restaurante Elaine’s sobre a concepção freudiana das mulheres, e depois fingia um suicídio à nossa escolha – o serão perfeito, para alguns. Bela negociata. Grande cidade, Nova Iorque.
-Gostas do que vês? – disse uma voz atrás de mim. Virei-me e de repente dei de caras com o cano de um .38. Tenho o estômago forte, mas desta vez deu uma volta e tanto. Era mesmo a Flossie. A voz era igual, mas Flossie era um homem. Tinha a cara escondida por uma máscara.
- Não vais acreditar – disse ele -, mas nem grau académico tenho. Fui expulso por ter más notas.
- É por isso que usas máscara?
- Engendrei um plano complicado para assumir o controlo da New York Review of Books, mas para isso tinha de me fazer passar pelo Lionel Trilling. Fui ao México fazer uma operação. Há um médico em Juarez que dá às pessoas as feições do Trilling – e isso tem um preço. E correu mal. Saí de lá parecido com o Auden com a voz de Mary Mc Carthy. Foi quando comecei a trabalhar à margem da lei.
Muito depressa, antes que ele pudesse premir o gatilho, entrei em acção. Lançando-me para a frente, dei-lhe com o cotovelo na queixada e agarrei na arma, enquanto ele caía para trás. Tombou por terra como um saco de batatas. Ainda estava a choramingar quando a polícia chegou.
- Bom trabalho, Kaiser – disse o sargento Holmes. - Quando despacharmos este tipo, o FBI quer ter uma conversa com ele. Uma coisita que mete uns jogadores profissionais e um exemplar anotado do Inferno de Dante. Levem-no, rapazes.
Mais tarde, nessa noite, procurei uma antiga cliente minha chamada Gloria. Era loira. Tinha-se formado cum laude. A diferença é que se tinha licenciado em educação física. Soube-me bem.


FIM

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

E cá está outro concurso: Prémio Litterarius

Trabalhos originais podem entrar no concurso até 15 de Março.
O Prémio Litterarius é uma iniciativa anual do RACAL Clube que visa incentivar a produção artística de originais e valorizar a Língua Portuguesa. As inscrições para o concurso iniciam-se no próximo dia 15 de Fevereiro e terminam a 15 de Março.
Podem concorrer cidadãos dos países de língua oficial portuguesa, com o máximo de três obras inéditas por concorrente. O tema é livre e os trabalhos podem ser na modalidade de poesia (entre 5 a 10 páginas, com um ou vários poemas), banda desenhada (máximo 4 pranchas) ou conto (máximo 6 páginas).
As obras apresentadas sob pseudónimo devem ser individuais e redigidas em páginas A4, processadas em Word, fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 12, a espaço 1,5.
A entrega dos trabalhos pode ser feita pessoalmente ou por correio.
Em qualquer dos casos, deverá constar no envelope:
Prémio Litterarius, RACAL Clube,
Rua Cândido dos Reis, nº 38, 8300 Silves.
O primeiro prémio é de 500 euros e o trabalho será publicado on-line ou em suporte de papel, reservando-se o júri o direito de atribuir menções honrosas.
A cerimónia solene de entrega de prémios decorrerá no dia 26 de Maio.

Para mais informações, devem os interessados utilizar o telefone 282442587, o fax 282445818, o e-mail premio_litterarius@sapo.pt ou ainda consultar o blogue na Internet http://premiolitterarius-racalclube.blogspot.com/

Capítulo Segundo (e assombroso) de A puta de Mensa de Woody Allen


Foto de Joana Lorça, cortesia de Nilson


Fiz a barba e bebi café forte enquanto consultava a série de resumos do Monarch College. Menos de uma hora depois, batiam à porta. Abri, e à minha frente estava uma jovem ruiva, embalada numas calças à boca de sino, como dois grandes cones de gelado de baunilha.
- Olá, sou a Sherry.
Sabiam mesmo excitar-nos a fantasia. Cabelo comprido liso, carteira de cabedal, brincos de prata, sem maquilhagem.
- Até me espanta que a deixassem entrar vestida dessa maneira – disse eu. - O detective do hotel normalmente nota uma intelectual à légua.
- Uma nota de mil acalma-o logo.
- Começamos? – disse eu, encaminhando-a para o divã. Ela acendeu um cigarro e pôs-se ao assunto.
- Acho que podíamos começar com uma abordagem do Billy Budd como a justificação que Melville dá para os insondáveis desígnios de deus para com o Homem, n’est-ce pas?
- Mas o interessante, no entanto, é que não é no sentido miltoniano. – Eu estava a fazer bluff. A ver se ela caía.
- Não. Paradise Lost não tem a subestrutura do pessimismo. – Caiu.
- Certo, certo. Caramba, tem toda a razão – murmurei.
- Penso que Melville reafirmou as virtudes da inocência num sentido ingénuo e, no entanto, sofisticado – não concorda?
Deixei-a continuar. Nem devia ter dezanove anos, mas já ganhara o calo da facilidade do pseudo-intelectual. Matraqueou as ideias dela, toda ligeirinha, mas era tudo mecânico. Sempre que eu lhe dava uma ideia, ela fingia uma reacção.
- Sim, Kaiser, sim, filho. Essa é profunda. Uma compreensão platónica do cristianismo… como é que não vi isso antes?
Falámos aí uma hora e depois ela disse que tinha de ir. Levantou-se e eu dei-lhe nota vinte.

- Obrigada, querido.
- Podes ter muito mais.
- Que queres dizer?
Tinha-lhe picado a curiosidade. Sentou-se outra vez.
Faz de conta que eu queria… fazer uma festa? – disse.
- Tipo, que tipo de festa?
- Imagina que queria duas raparigas a explicar-me Noam Chomsky.
- Oh, uau!
- Mas se não quiseres…
- Terias de falar com a Flossie – disse ela. – e fica-te caro.
Era altura de apertar a tarracha. Mostrei-lhe o crachá de detective privado e informei-a de que ia dentro.
- Quê?
- Sou da bófia, filha, e discutir Melville por dinheiro é um 802. Vais cumprir pena.
- Miserável!
- É melhor confessares, rica. A menos que queiras contar a tua história no gabinete de Alfred Kazin e acho que ele não ia gostar lá muito de a ouvir.
Pôs-se a chorar.
- Não me entregues, Kaiser – disse.- Precisava do dinheiro para acabar o mestrado. Não mederam a bolsa que pedi. Por duas vezes. Ó, meu Deus!
E lá veio o chorrilho todo – a história completa. Criada em Central Park West, campos de férias socialistas, Brandeis. Ela era todas as miúdas que já se viram na bicha do Elgin ou da Thalia, ou escrevendo a lápis as palavras “sim, mujito verdadeiro” na margem de um livro qualquer sobre Kant. Só que algures a coisa dera para o torto.
- Precisava do dinheiro. Uma amiga minha disse que conhecia um tipo casado cuja mulher não era lá muito profunda, Ele estava numa de Blake. Ela não dava. E eu disse, claro, se ele pagar, eu falo de Blake com ele. No princípio estava nervosa. Fingi uma data de coisas. Ele não se importou. A minha amiga disse que havia outros. Oh, já fui presa antes. Fui apanhada a ler a Commentary num carro estacionado, e doutra vez fui detida e revistada em Tanglewood. Mais uma, e sou três vezes desgraçada.
- Então leva-me à Flossie.
Ela mordeu o lábio:
- A livraria de Hunter College é uma fachada.
- É?
- Como aqueles corredores de apostas que têm fachada de barbearia. Vais ver.
Fiz uma chamada rápida para a sede e depois disse-lhe:
- Tudo bem, filha. Estás safa. Mas deixa-te ficar por estas bandas.
Ela ergueu o rosto para mim, com gratidão.
- Posso arranjar-te fotografias do Dwight MacDonald a ler – disse.
- Fica para a próxima.

Cenas do próximo e último capítulo:

- Kaiser é assediado por Wallace Stevens!
-Afinal, Flossie usa um 38!

Não percam o último capítulo! Sai amanhã! (ou Terça, não sei se amanhã me apetece.)

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

1º Concurso de Conto e Poesia- CGTP-IN





O Departamento de Cultura e Tempos Livres da CGTP-IN promove a realização de um Concurso de Conto e Poesia com o objectivo de traduzir, também deste modo, a sua preocupação de aproximar os trabalhadores das esferas da criação cultural, protagonizada no texto de introdução do evento: “(…) Num tempo de excessiva presença das linguagens técnicas e tecnológicas nos usos quotidianos da escrita e da leitura, o concurso “Conto e Poesia” pretende, de algum modo, valorizar a língua portuguesa e estimular o seu uso com a utilização do código literário.
Este estímulo junto dos trabalhadores facilitará, igualmente, e assim o esperamos, o surgimento de novos valores, dando-lhes oportunidade de edição que, de outro modo, lhes estaria vedada, tendo em conta as regras existentes no mundo livreiro.”(…) Ou, citando Álvaro de Campos num seu poema “Às Vezes”: “(…) Depois de escrever leio…Porque escrevi isto? Onde fui buscar isto? De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu…Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?...”
Jornalista e redactor é mensageiro e… sempre “autor”.
É este o apelo que a CGTP-IN faz: leve a mensagem e… participe.
Os escritores Urbano Tavares Rodrigues e Domingos Lobo, o jornalista José Carlos Vasconcelos e os sindicalistas Paulo Sucena e Fernando Gomes (representante da CGTP-IN) constituem o júri de um concurso que tem como data limite de participação 27 de Abril.
Para mais informações sobre o concurso e download das fichas de inscrição, por favor consultem o site da CGTP.

REGULAMENTO DO 1.º CONCURSO DE “Conto e Poesia”


Introdução

Constitui objectivo programático da CGTP-IN criar linhas de trabalho que aproximem os trabalhadores das diferentes esferas da criação cultural.

A organização do Concurso “Conto e Poesia” consubstancia uma forma de corporizar o direito constitucional do acesso à cultura, à sua fruição e criação, e visa promover, estimular e divulgar a criação literária junto dos trabalhadores.

Num tempo de excessiva presença das linguagens técnicas e tecnológicas nos usos quotidianos da escrita e da leitura, o concurso “Conto e Poesia” pretende, de algum modo, valorizar a língua portuguesa e estimular o seu uso com a utilização do código literário.

Este estímulo junto dos trabalhadores facilitará, igualmente, e assim o esperamos, o surgimento de novos valores, dando-lhes oportunidade de edição que, de outro modo, lhes estaria vedada, tendo em conta as regras existentes no mundo livreiro.

Neste contexto, e com estes objectivos, o Departamento de Cultura e Tempos Livres da CGTP-IN promove a realização do 1.º Concurso “Conto e Poesia” que se pautará pelo regulamento seguinte:


1. Tema

A organização do concurso apela à produção de textos que privilegiem os direitos humanos, a cultura, o trabalho, a sociedade, o homem e a mulher trabalhadora.


2. Participantes e identificação

2.1. O concurso destina-se a amantes da escrita criativa e da criação literária, trabalhadores sindicalizados no Movimento Sindical Unitário, trabalhadores em geral, estudantes e aposentados.


2.2. Cada concorrente poderá apresentar um currículo com um máximo de 500 caracteres.


3. Condições de Participação

3.1. Os trabalhos a concurso têm de ser inéditos;

3.2. Os participantes poderão concorrer indistintamente às áreas de conto e de poesia; cada trabalho deverá ser entregue em suporte informático e em papel (6 cópias), nos seguintes termos:

O texto deverá ter até 20 páginas A4, batidas a 1,5 espaços, com tipo de letra Times New Roman, tamanho 12;
Os textos deverão ser entregues em invólucro contendo no interior 2 envelopes. Num deverá constar o texto original em papel com 6 cópias e, no outro, uma disquete contendo o texto em formato Microsoft Word for Windows (.DOC) e a ficha de inscrição;
No invólucro exterior deverá constar a indicação do pseudónimo.

3.3. Nas folhas do trabalho não pode constar qualquer indicação sobre o concorrente, sob pena de este vir a ser excluído;

3.4. Os membros do júri e elementos da organização (Departamento de Cultura e Tempos Livres da CGTP-IN) estão impedidos de concorrer.

3.5. Os trabalhos deverão ser entregues por mão ou enviados por correio para o seguinte endereço:

CGTP-IN / Departamento de Cultura e tempos Livres
1.º Concurso “Conto e Poesia” –
Rua Vítor Cordon, n.º 1 – 2.º
1249-102 LISBOA

3.6. Quaisquer informações poderão ser prestadas pelo tel: 21 323 65 00 (Carla Alves), pelo e-mail carla.alves@cgtp.pt ou através da consulta do site www.cgtp.pt.


4. Calendário

4.1. O prazo de entrega dos trabalhos termina a 27 de Abril de 2007;

4.2. Os resultados do concurso serão divulgados até o dia 15 de Junho de 2007, por carta dirigida a todos os participantes, através da imprensa e dos canais habituais do movimento sindical.


5. Júri

5.1. O júri será constituído por:

· Urbano Tavares Rodrigues
· Domingos Lobo
· José Carlos Vasconcelos
· Paulo Sucena
· Fernando Gomes, representante da CGTP-IN

5.2. As decisões do júri serão tomadas por maioria.

5.3. O júri do concurso reserva-se o direito de não atribuir algum dos prémios.

5.4. Não haverá recurso das decisões do júri.


6. Prémios

6.1. Serão atribuídos os seguintes prémios:

· 1.º Prémio de conto: 750.00€ + 5 Noites para 2 pessoas em regime meia pensão no Centro de Férias do INATEL em Albufeira.
· 1.º Prémio de poesia: 750.00€ + 5 Noites para 2 pessoas em regime de alojamento e pequeno-almoço no INATEL – Estalagem do Piódão.

Nota: O Júri poderá atribuir, se assim o entender, menções honrosas em·qualquer das categorias


7. Direitos

7.1. Os trabalhos premiados no concurso passarão a ser parte patrimonial da CGTP-IN. Esta, no âmbito das suas actividades, poderá fazer uso desse património sempre com a salvaguarda da identificação do seu autor.

7.2. Para todos os efeitos, a organização considera que a partir do momento em que os trabalhos sejam entregues, os concorrentes aceitam os termos deste regulamento.

7.3. Os casos omissos serão resolvidos pela organização, não havendo lugar a recurso das suas decisões.


8. Edição

A organização editará um livro/memória do concurso. Desta edição constarão, obrigatoriamente, os trabalhos premiados. A organização promoverá o seu lançamento público em data a comunicar.



9. Organização

O presente concurso é organizado pela CGTP-IN através do Departamento de Cultura e Tempos Livres.


10. Patrocínios e Apoios

O 1.º Concurso “Conto e Poesia” da CGTP-IN tem os seguintes patrocínios:

· Fundação Montepio Geral
· INATEL
· LiberInter – Cooperativa de Mediação de Seguros, CRL
· Sagres – Companhia de seguros, SA

e conta com os seguintes apoios:

· Junta de Freguesia de Santa Catarina – Lisboa

"O amor é um lugar estranho"




Quadras para Ofélia Queiroz (1920)



Quando passo um dia inteiro

Sem ver o meu amorzinho,

Corre um frio de Janeiro

No Junho do meu carinho.



Meu amor, dá-me dois beijos

P'ra me dares um terceiro,

Que é só para haver um quarto

Antes do quinto e do primeiro.



O meu amor é pequeno,

Pequenino não o acho,

Uma pulga deu-lhe um coice,

Deitou-o da cama abaixo.



Fernando Pessoa


Aproveito o título do filme para reflectir sobre este dia e o sentimento que hoje se celebra: o Amor.


Acho que é uma excelente definição. Há uns que dizem que é fogo que arde sem se ver, outros há que garantem ser um estado nascente, o mais simples e básico dos movimentos colectivos revolucionários. Outros resolvem ir à génese e explicá-lo pelo mito do ser duplo.


Eu cá, gosto da opinião do Campos: " todas as cartas de amor são ridículas" e de Ortega e Gasset que afirma que "o enamoramento é uma imbecilidade temporária, um enfarte psíquico".


São tão mágicos esses cortes com a racionalidade, esse retorno a um estado infantil em corpo de adulto, que dizem que há quem nunca tenha regressado de lá.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Capítulo Primeiro (e inaugural) de A puta de Mensa de Woody Allen

Fotografia de Joana Lorça, cortesia de Nilson


Com este conto de Woody Allen vamos encetar uma nova era neste blog: a era do folhetim. Como a nossa capacidade leitora fica visivelmente mais reduzida neste formato do que em livro, vou publicar alguns contos com a técnica folhetinesca, isto é por capítulos.

Li este conto na fantástica revista de contos Ficções, de Luísa Costa Gomes, era uma edição especial só com contos humorísticos.


"A Puta de Mensa (The Whore of Mensa), originalmente publicado no New Yorker, foi depois incluído no primeiro livro de Woody allen, Without Feathers (1975). Existe tradução portuguesa, Sem penas, Bertrand, 1981. O título do conto brinca com a Sociedade Mensa, fundada em Inglaterra em 1946 por Roland Berril e Lance Ware. Mensa é uma sociedade para muitíssimos inteligentes, sendo único requisito para admissão um quociente de inteligência que se situe nos 2% do topo."


Isto há uma coisa quando se é detective, tem de se aprender a seguir os nossos palpites. É por isso que, quando me entrou pelo escritório um tremebundo monte de banha de nome Word Babcok e pôs as cartas na mesa, eu devia era ter confiado no arrepio que me subia pela espinha.
- Kaiser? – disse ele.- Kaiser Lupowitz?
- É o que diz a minha licença – admiti.
- Tem de me ajudar. Sou vítima de chantagem. Por favor!
Tremia como o cantor de um conjunto de rumba. Empurrei um copo pelo tampo da secretária e uma garrafa de uísque de malte que tenho sempre à mão para fins não medicinais.
- E se te acalmasses e me contasses tudo?
- Você… não diz à minha mulher?
- Sê franco comigo, Word. Não prometo nada. Tentou servir-se de uísque, mas ouvia-se o tilintar do outro lado da rua, e a maior parte do líquido foi parar aos sapatos.
- Eu trabalho - disse. – Manutenção mecânica. Construo e distribuo joy buzzers. Está a ver – aquelas brincadeiras que dão choques às pessoas quando nos apertam a mão.
- E?…
- Há montes de executivos que gostam. Especialmente ali para a Wall Street.
- Vamos ao que interessa.
- Ando muito na estrada. E sabe como é… sinto-me só. Não é o que está a pensar. Percebe, Kaiser, basicamente sou um intelectual. É claro que um gajo pode conhecer todas as bimbas que quiser. Mas uma mulher mesmo cerebral… não se encontra assim do pé para a mão.
- Continua.
- Bem, ouvi falar de uma rapariga. Dezoito anos. Estudante em Yassar. Paga-se um tanto e elea vem discutir um tema qualquer… Proust, Yeats, antropologia. Troca de ideias. Está a ver a ideia?
- Nem por isso.
- Ou seja, a minha mulher é óptima, não me interprete mal. Mas não discute Pound comigo. Ou Eliot. Não sabia isso quando me casei com ela. Preciso de uma mulher que seja estimulante, Kaiser. E estou disposto a pagar por isso. Não quero uma relação… quero uma experiência intelectual rápida, depois quero que a rapariga se vá embora. Que raio, Kaiser, sou casado e sou feliz.
- Há quanto tempo é que isto dura?
- Seis meses. Sempre que sinto desejo, ligo à Flossie. É uma Madame, com mestrado em Literatura Comparada. E ela manda-me uma intelectual, percebe?
Portanto, era um destes tipos cuja fraqueza é mulheres muito inteligentes. Tive pena do pobre coitado. Calculei que devia haver muitos brincalhões na mesma situação, famintos por uma pouca de comunicação intelectual com o sexo oposto, e haviam de pagar fortunas por ela.
- Agora ela ameaçou contar à minha mulher- disse ele.
- Quem?
- A Flossie. Puseram o quarto do motel sob escuta. Têm fitas gravadas em que eu discuto The Waste Land e Styles of Radical Will e, bem, chegando a uma discussão profunda. Querem dez mil, ou vão falar à Carla. Kaiser, tem de me ajudar! A Carla morreria se soubesse que não me excitava cá em cima.
O velho negócio das call-girls. Tinha ouvido uns boatos de que os rapazes na sede andavam atrás duma coisa que metia um grupo de mulheres cultas, mas ficou tudo em águas de bacalhau.
- Liga aí à Flossie.
- Quê?
- Vou pegar no caso, Word. Mas ganho cinquenta dólares por dia, mais despesas. Vais ter de consertar muitos joy buzzers.
- Não me vai custar dez mil, isso de certeza – disse ele. Num sorriso, levantou o auscultador e discou o número. Tirei-lho e pisquei o olho. Começava a gostar dele.
Segundos depois, respondia uma voz sedosa e eu disse-lha o que queria:
- Parece que me pode ajudar a combinar uma hora de boa conversa – disse.
- Claro, querido. Qual era a tua ideia?
- Gostava de discutir Melville.
- Moby Dick ou os romances mais curtos?
- Qual é a diferença?
- O preço. Só isso. O simbolismo é pago à parte.
- Quanto é que isso me custa?
- Cinquenta, talvez cem para o Moby Dick. Queres uma discussão comparativa… Melville e Hawthorne? Podia arranjar-te isso por cem.
- Quanto à massa, tudo bem – disse eu e dei-lhe o número de um quarto no Plaza.
- Queres loira ou morena?
- Faz-me uma surpresa – disse eu e desliguei.


Continua no próximo capítulo...

sábado, fevereiro 10, 2007

Uma semana cheia de livros e contos na Biblioteca de Chaves











Decorreu a segunda semana no âmbito do projecto Viver a Escola, na Biblioteca Municipal de Chaves privilegiando a Promoção do Livro e da Leitura assim como da Oralidade.
Com a iniciativa Laboratório das Letras, os alunos participaram em várias iniciativas: sessões de contos, a performance Hoje choveram histórias e leituras encenadas.
Paralelamente realizaram-se oficinas de escrita criativa utilizando diferentes recursos.

Histórias no Carnaval...e não só.

Um Carnaval
Vem ao baile vem ao baile
pelo braço ou pelo nariz
Vem ao baile vem ao baile
E vais ver como te ris
Deixa a tristeza roer
As unhas de desespero
Deixa a verdadade e o erro
Deixa tudo vem beber
Vem ao baile das palavras
Que se beijam desenlaçam
Palavras que ficam passam
Como a chuva nas vidraças
Vem ao baile oh tens de vir
e perder-te nos espelhos
há outros muitos mais velhos
que ainda sabem sorrir
Vem ao baile da loucura
Vem desfazer-te do corpo
e quando caíres de borco
a tua alma é mais pura
Vem ao baile vem ao baile
pelo chão ou pelo ar
Vem ao baile vem ao baile
E vais ver o que é bailar


Alexandre O'Neill, No Reino da Dinamarca




Em Entradas, Castro Verde há verdadeiras celebrações pagãs: é o Entrudanças!





A Pédexumbo organiza 3 dias com diversas actividades: desde oficinas de tango e construção de máscaras de carnaval a torneios de malha, há para todos os gostos.


Vou-vos confessar que estou empolgada com a oficina de cante alentejano, o passeio de tractor e com as histórias do Ti Manel Russo, claro!
Se gostaram da sugestão de movimento, Rodobalhem um bocado, ficam a par de todas as iniciativas.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

domingo, fevereiro 04, 2007

As máquinas de Munari


It doesn't take much to realise that this is a summer machine. If you behave and don't start kicking me in the shins, i'll explain how it works. Ready?
Go!: the sunflower(1) has a magnifying glass (2) tied on the with a shoelace from a pre-war shoe. The fire from the lens scalds Romilda the frog (3) who jumps immediatly into the aluminium colander (4).
The weight of the frog lowers the colander into the bath (5) wich is almost full of water and mint where Romilda can cool down before returning to her place of work. ( excuse me a moment, the phone is ringing).
Now as we were saying, the colander et cetera et cetera drops into the bath and pulls tha cord (7). The cord, passing around the multicoloured pulley (6) raises the bottom of the bottle of eau de vie (8) and pours the contents into the aquarium (9) wich is the home of an old trout.
The trout gets drunk; a flower (10) hinged to the cage (11) is attached to its tail. The old trout waves the flower about all over the place and the two huge butterflies whose wings are the size of fans, will try in vain to land on the flower, producing the desired currents of air.

Notes:

a) The top hat that serves as a plant pot for the sunflower was given to me by Andrew Mac Brambilla of Como. This dear driend is the inventor of the famous automatic wet towel dispensing machines you will undoubtedly have noticed in the foyers of all leading theatre and cinemas. He has made a lot of money from this invention and now lives in an underwater villa and, the last time i saw him, he told me he had his Great Dane re-covered in eel skin.


b) If the apparatus does not function, wave the handkerchief in a westerly direction several times.



Bruno Munari é um nome frequentemente associado ao design. Conheci-o há uns tempos através de um livro de Literatura para Infância.
As Máquinas de Munari podem ser um estímulo interessante para um atelier de escrita.

Esta edição de 1942 foi reeditada pela Corraini em 2001 e podem encontrá-la numa Fnac.
Boa Leitura!

Sites a visitar sobre o autor:

Bruno Munari

au grande cirque de bruno munari