quinta-feira, maio 17, 2007

Imaginarius 2007| Santa Maria da Feira


"Pelo sétimo ano consecutivo, o Imaginarius apresenta-se pontual no encontro com o seu público para alterar a normalidade do quotidiano, reinventando os espaços urbanos e proporcionando a todos uma oportunidade de encontro com o teatro e com a arte.
O festival, cada vez mais empenhado na vertente da criação, propõe este ano quatro produções próprias (“Donzela”, “Teatro e Matrimónio”, “Market Platz 2” e “O Canto das Sirenes encontra o Fado”) e acolhe uma outra da Associação Sete Sóis Sete Luas.
“Donzela”, de Joana Vasconcelos, exprime com grande força a escolha do festival em estabelecer uma importante relação com o território e com a comunidade de Santa Maria da Feira. Uma escolha premiada também pelo facto de que “Donzela”, imediatamente após a apresentação no Imaginarius, será exposta numa das bienais de arte mais importantes do mundo, a de Veneza.
“Teatro e Matrimónio” é um projecto do Imaginarius que obteve o reconhecimento e apoio da Comunidade Europeia, através do programa Cultura 2000. Trata-se de uma viagem em torno da instituição do casamento, vista sobretudo sob o perfil da sua ritualidade dramatúrgica.
“Market Platz 2” afronta, sem inibições, como é típico da Companhia Cacahuète, um tema central da sociedade de hoje: o consumismo como única razão da nossa existência, agora predominante sobre qualquer outro valor. Um espectáculo difícil, mas certamente necessário.

“O Canto das Sirenes encontra o Fado” funciona como uma espécie de alarme, solicita a nossa maior atenção, para que não nos percamos de vista uns aos outros, numa sociedade que parece ter esquecido os próprios pontos de referência.
O Imaginarius será anfitrião da inauguração de um projecto da Associação Sete Sóis Sete Luas denominado “Parque das Árvores Queimadas”, realizado pelo artista brasileiro Zenildo Barreto. É uma instalação permanente num espaço público, que pretende contribuir para a sensibilização do problema dos incêndios estivais que tanto aflige Portugal, sobretudo nos últimos anos.São várias também, como sempre, as acções de formação do festival. De entre todas recordamos o ateliê de Pippo Delbono e o dos irmãos Colombaioni, os palhaços escolhidos por Federico Fellini para os seus filmes, dedicados ao mundo do circo.De entre as companhias estrangeiras de passagem pelo festival, todas em estreia nacional, queremos relembrar Doedel, uma extraordinária companhia que retrata a realidade artística holandesa, e Teatro de la Saca, uma jovem e muito promissora companhia espanhola.
De entre as nacionais, devemos certamente referir o espectáculo “Arestas” (co-produção FIAR/O Bando), pela primeira vez no Imaginarius."

Fonte: Direcção Artística do Festival

2 comentários:

Anónimo disse...

A tal encenação ao consumismo do grupo francês foi uma aberração desnecessária. Os organizadores deviam ter respeito pelos habitantes feirenses. Não gostei de ver um porco na cruz de cristo e outros. Para mim isso não é cultura, é abuso! Liberdade cultural é saber ser responsavel e ter limites!
Afinal que consumismo temos quando milhares de famílias feirenses vivem no limiar da pobreza e do desemprego? A metafora do consumismo podia ser imaginária, mas não desta forma. Espero que as entidades competentes que gastam assim os nossos impostos sejam processados´e afastados de tais lugares culturais...

Tânia disse...

A meu ver foi uma provocação inteligente à mentalidade amorfa. E provocação é revolução. E revolução é evolução!
Obrigada pela participação!